quinta-feira, 21 de setembro de 2017

O FERVO em 2016

O FERVO 2017 já chegou chegando. Já teve DUAS edições e está rumo à terceira! E ainda tem gente que não sabe nem o que é FERVO e nem o que aconteceu em 2016!!!! Então vamos lá...


Não usamos muito esse blog, é verdade. Mas ele foi criado para não deixar o registro das atividades se perder no facebook, onde geralmente fazemos as convocações para o FERVO.

Poucas atividades foram de fato "registradas", com depoimentos ou fotografias. Mas vale, mais de um ano depois de darmos início, fazer uma pequena retrospectiva de tudo que rolou no FERVO em 2016.


Maio - Ouça no Volume Máximo

11 de maio, 19hs, em um bar em frente o CCSP (Vergueiro)

sinopse: Agora, após tanto tempo vocês finalmente concordaram em conversar sobre o que aconteceu e ver se não chegou a hora de uma segunda chance. Ouça no Volume Máximo é um jogo de representação para 3-7 pessoas sobre separações, mágoas, arrependimentos, frustrações, culpas, vaidades e nostalgia. Os participantes são integrantes de uma banda que se reúne 15 anos após o encerramento de suas atividades, num reencontro que trará à tona rancores reprimidos e alegrias distantes, mas também despertará expectativas, ressentimentos e a oportunidade de perdoar e tentar de novo.

como foi? Em 2016 o FERVO começou discretamente, como todo movimento subversivo. Fomos três jogadores, que encarnamos astros do rock separados faz 15 anos. Não era uma grupo homogêneo. Destaque para o figura que foi morar em Portugal, onde trabalhava como produtor musical, e estava em visita ao Brasil para dar uma palestra no Sesc. Muito profissional, muito objetivo, não tinha qualquer afeto pelos demais membros da Ouça no Volume Máximo. Para falar a verdade, o sujeito era tão antipático que um dos jogadores, que estava jogando larp pela primeira vez, ficou até um pouco assustado! Nada que não se tenha resolvido depois do larp acabar, entre jogadores, depois que os personagens foram embora. O que todos sempre querem saber desse jogo: não foi dessa vez que o Ouça no Voluma Máximo retornou!

uma curiosidade: enquanto jogávamos, o Senado estava votando o afastamento do cargo, por 180 dias, da então presidente Dilma Roussef, como parte do processo de impeachment. As ruas estavam com um clima estranho.

roteiro para aplicação:
pode ser encontrado gratuitamente no site do Boi Voador, comprado direto com o autor ou na loja física da Funbox em São Paulo.

Junho - Sê um Viajante numa Noite de Inverno

22 de junho, 19hs, num apartamento particular próx. ao metrô Belém

sinopse: Neste larp, você representará uma "versão de si mesmo" que, após uma grande perda, abandona tudo para se tornar um viajante. Na ocasião do jogo - uma noite de inverno em uma pousada, você se vê reunido com um grupo de desconhecidos com quem dividirá uma bebida quente e um pouco de suas histórias.

como foi? Novamente 3 jogadores reunidos. Sai um, entra um. Providencial, já que é um jogo para 3 pessoas. Relatos dão conta que ele já foi realizado com grupos maiores e que funcionou muito bem. Desta vez, tivemos uma condição ideal. A foto acima (à direita) foi tirada antes do jogo começar, com as luzes acesas. No jogo: luz de velas, petiscos e chá. Três desconhecidos conversam demoradamente sobre suas viagens e trajetórias, como orienta o roteiro. Mas as mecânicas do jogo acabam por desvelar um segredo obscuro a respeito de um desses viajantes - e o que era uma conversa tranquila sobre viagens, amadurecimento, família, faculdade, paixões não correspondidas e teorias sociais "de boteco" acabou se tornando uma história de terror! O close to home não resistiu aos restos mortais encontrados nos pertences de um homem que já tinha revelado sua inclinação para o crime e se contradito muitas vezes sobre sua origem. A vela que ao apagar marca o final do jogo acabou tendo apelo dramático quando foi intencionalmente apagada pelo assassino entre nós!

uma curiosidade: Esse jogo Sê um viajante numa noite de inverno já foi até tema de uma dissertação de mestrado.

roteiro para aplicação: pode ser baixado no blog do autor.

em julho o fervo foi convocado, mas não reuniu jogadores :(

Agosto - Anatomistas de Babel

dia 24 de agosto, 19hs, na FunBox (Metrô Saude)

sinopse: Os Excelentíssimos Doutores da Universidade de Babel devem determinar a configuração correta dos restos mortais de uma criatura desconhecida - um punhado de objetos recolhidos ao acaso.

como foi? Este FERVO está fartamente documentado aqui.

uma curiosidade: Anatomistas de Babel também foi o jogo do mês de julho, em que não apareceu ninguém. O jogo - que foi escrito em 2015 pelo Ygor Speranza, bastante conhecido da comunidade de desenvolvedores de games digitais - foi jogado pela primeira vez ali na Funbox.

roteiro para aplicação:
http://tinyurl.com/anatomistas

Setembro - A Torre

dia 28 de setembro, 19hs, na FunBox (Metrô Saude)

sinopse: Após a terceira guerra mundial, o mundo foi devastado. Os poucos habitantes vivem em um complexo em Beijing, trabalhando como escravos em troca das horríveis rações que garantem sua subexistência. Mas nem todos. VOCÊ foi um dos selecionados para viver na TORRE, um condomínio com conforto, humanidade e jornadas de trabalho razoáveis.
Mas algo deu errado. Agora, os moradores da TORRE se reúnem. Nem todos vão poder ficar.

como foi? Pelo menos seis pessoas - e finalmente podemos dizer: entre homens e mulheres - se reuniram na Funbox (mais uma vez) para viajarem para o futuro distópico - e de humor negro - do larp A Torre. O jogo foi bastante rápido e dinâmico e lembrou um pouco um programa de TV - algo entre um programa de calouros ou reality show. Neste larp, a medida em que os personagens são eliminados, os jogadores passam a desempenhar uma função extra-diegética, meio diretores, meio atravessadores e meio fantasmas mesmo. Pela quantidade de jogadores (um número menor do que o máximo permitido), a mecânica que envolvia essas figuras ficou levemente desequilibrada (tendendo sempre aos mesmos resultados), mas isso não comprometeu o aproveitamento do jogo. A Torre causou alguns desconfortos e risos nervosos - é um tema espinhento, um jogo claramente injusto e que dá muito poder a quem desempenha o papel de "juiz", um pouco de poder a quem já foi eliminado e quase nenhum poder a quem está na berlinda. É um jogo FÁCIL de ser realizado e com GRANDES potenciais. PRECISA ser jogado mais vezes!

uma curiosidade: Apesar do criador do jogo, Tiago C. Braga, estar entre os jogadores, quem assumiu a função de aplicar o jogo e representar o "juiz" foi o Luiz Falcão.

roteiro para aplicação:
 pode ser encontrado no blog do autor, junto de um extenso comentário sobre seu processo de criação!

em outubro não convocamos fervo, porque o mês, em São Paulo, já tinha uma infinidade de larps ocorrendo! XD


Novembro - Ajuste os Controles para o Centro do Sol

dia 23 de novembro, 20hs, Bar do Ray (Mourato Coelho, Pinheiros)

sinopse: Ajuste os controles para o centro do sol é a história de uma missão espacial que se desvia da rota e acaba do outro lado do universo, a um século de distância de casa e do seu objetivo. É a história de uma viagem que levará a vida inteira e na qual os signos do fracasso e da vida perdida assombram os tripulantes por décadas.

como foi? O jogo tem um setup elegante, onde todos os jogadores, juntos, elaboram os detalhes do universo onde a história de passa. Nível tecnológico, religião, cultura, política.... e personagens. Depois de tudo definido, os jogadores então de fato representam seus personagens, após o incidente que motiva o larp, reunidos em torno da mesa de jantar. Ao final desta cena, um novo setup é feito para definir quantos anos se passaram e o que mudou de lá para cá. Os personagens vão envelhecendo (e lidando com as consequências disso) e lidando uns com os outros e com o que os jogadores adicionaram entre uma cena e outra. As cenas são sempre jantares. Em apenas algumas horas, conseguimos realizar apenas uma cena (isto é, um jantar) mas nos surpreendemos todos com a cumplicidade entre os jogadores que o sistema de construção do larp gera e com as histórias que emergiram desse setup. Mesmo o que parecia ser uma provocação ou galhofa no momento do setup acabou ganhando relevância e surpreendente seriedade durante o jogo (como um dos tripulantes ser um eletricista de 6 anos de idade) e todo o potencial dramático dessa "viagem de uma vida de volta para casa" tornou-se evidente nos diálogos principalmente entre os mais velhos. Um larp que certamente tem muitas camadas para os jogadores explorarem e que alimentou a vontade de jogá-lo por dias a fio (até que algum dos tripulantes, quem sabe, pudesse voltar à Terra).

uma curiosidade: mesmo sem o roteiro em mãos, um dos jogadores, Rafael Carneiro Vasques, realizou o jogo por conta própria com amigos no dia seguinte.

roteiro para aplicação:
 ainda não pode ser obtido! Todos queremos.


Dezembro - As Extraordinárias Aventuras do Barão de Munchausen

dia 27 de dezembro, 20hs, em um bar em frente ao Metrô Fradique Coutinho

sinopse: ~ Um jogo sobre Vinho, Apostas e Mentiras ~
As Extraordinárias Aventuras do Barão de Munchausen é um jogo de contar histórias e representar papéis da Hogshead Boardgames, lançado em 1998. "Munchausen" chegou ao Brasil em 2000, pela editora Devir. Nesse jogo, inspirado pelo personagem título, os jogadores se desafiam para contar as mais inventivas histórias, regadas a bebida e apostas.

como foi? Acho que tinha umas 12 pessoas ali? Era isso? Sei que a mesa ficou pequena. Um jogo "de bar", jogado no bar. Foi apropriado. As histórias envolviam outros jogadores sentados à mesa, alguns familiares (imaginários) dos presentes, personagens marcantes da ficção (D'Artagnan apareceu bastante), bairros e cidades vizinhas da capital, eventos cotidianos e muita provocação e contestação! Que eu me lembre, a regra que envolve todos beberem e uns pagarem rodadas de bebidas para todos foi deixada de lado - e os duelos de vida ou morte acabaram não sendo usados também. Ufa. Acho que dá para dizer que foi uma experiência bem mais leve do qualquer outro FERVO. Apesar de estarmos representando nossos personagens e eventualmente emergirem relações entre eles, o grosso da experiência proposta em Munchausen é contar histórias - o que acaba não dando a sensação que tivemos em outros FERVOs de estarmos em outro lugar, sendo pessoas diferentes dos nossos Eus cotidianos, em outra realidade! Ainda assim, foi uma forma justa de celebrarmos o final do ano trazendo a tona a nemória deste grande e amado mentiroso - e dos desbravadores que criaram esse jogo clássico de mentir e fingir entre amigos!

uma curiosidade: O Rafinha Bastos passou duas vezes pela mesa em que estávamos jogando, mas ninguém o inclui em sua história.

roteiro para aplicação:
 acredito que ainda seja possível comprar no site da devir.

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